A princípios do curso 1970-71 nasceu, como atividade cultural dentro da Escola de Ensino de Ourense, o cineclube «Padre Feijoo», herdeiro da tradição cineclubista da cidade que durante os sessenta foi representada pelos cineclubes Ourense, Minho e Aliança Francesa (AFO).

Nos setenta, contribuiu ao ressurgimento e desenvolvimento das «Xornadas de Cinema en Ourense», que passaram em 1978 a se denominar «Xornadas do Cinema das Nacionalidades», porta-estandarte do nascente cinema galego entre os das outras comunidades históricas do Estado.

Durante os oitenta, e já definitivamente separado da escola de ensino, o cineclube «Padre Feijoo» seguiu com ciclos como as «Mostras Cinematográficas» (oito edições) ou, mais tarde, os titulado «Espaços Fílmicos» em colaboração com o «cinema Dúplex». Aisto há que acrescentar a organização de cursos de formação cinematográfica e conferências, ciclos de cinema infantil, de humor, expressionismo alemão, cinema francês…, e a edição de brochuras e catálogos em galego (praticamente desde a sua fundação).

Depois de ser uma referência cultural na ditadura e a transição, e de sucumbir no seu dia às pressões do setor mais retrógado da sociedade, até o ponto de acabar sendo uma entidade marginal; os gestores do cineclube souberam revitalizar este foro que é fundamental na nossa cultura moderna, e aglutinar aos amantes da cinematografía ao redor de filmes que não acostumam a chegar às nossas salas de projeção.
Peças fundamentais da sétima arte que de não ser pela garra e interesse cultural mostrado pelo cineclube, não seriam acessíveis aos ourensanos.

As projeções do cineclube «Padre Feijoo» têm passado por multidão de salas durante estes anos, desde cinemas comerciais, até salões de atos públicos (como o teatro Principal) ou privados.

Com a inauguração no final dos setenta da casa da Cultura, o seu salão de atos foi acondicionado mediante a instalação de dois velhos projetores de 35mm, que seguiram em funcionamento até o ano 2004. Desde esse ano utilizaram as salas comerciais do cinema Dúplex —agora já fechado— e do «Cinebox» até outubro do 2013, data na que conseguiram voltar à casa dá cultura (sede da Biblioteca Pública até o ano 2019), arranjando e atualizando com os seus escassos meios económicos o equipamento do salão de atos.

Graças a um convénio de colaboração com o CGAI, a oferta fílmica do organismo (residido na Corunha) projeta-se desde a temporada 2014 na cidade das Burgas.

O Padre Feijoo é um dos cineclubes mais ativos e antigos da Galiza. Ainda sem local próprio, mantém uma ampla atividade, não é de estranhar pois que no ano 2010 obtivesse o «prémio Medronho», outorgado pelo Café Isaac

" …por demonstrar com constância e poucos recursos económicos, que quando a proposta cultural tem qualidade, os ourensanos respondem fazendo honra ao velho apelativo de que esta é a Atenas da Galiza…"

A resposta dos cidadãos é a sua assistência, uma das mais altas do estado.